”Ego trip prejudica”; V.Diasz fala sobre novo disco e cenário

Em 2008 quando começou a tocar com o SLVGRDS, o jovem V.Diasz iniciava ali sua produtiva carreira como músico no complicado cenário alternativo musical. Sem formação na área da música, lançou-se no meio aos 18 anos sem nunca ter aspirado ter uma banda, como dissera em uma publicação em seu Facebook, onde também falava de sua situação.

“Estou sem trabalho, e se alguém tiver qualquer tipo de vaga/estágio ou até mesmo um show pra fazer, minha relação com a música é infinita e a disposição também”.

Essa é uma dura realidade de nossos artistas independentes: sem muito espaço e valorização, pouco se rende, com a grande parte dos lucros ficando com terceiros sem muita ligação e preocupação com o cenário e situação da música. “Talvez se o conteúdo fosse mais valorizado que o próprio artista, isso melhorasse”, analisa. Depois de trocarmos umas ideias pelo Facebook, Diasz respondeu a algumas perguntas e comentou também sobre seu novo disco, turnê e bandas da região do nordeste que o inspiram e sua nova parceria com o selo alagoano Crooked Tree Records.

Confira a entrevista a seguir:

Você já tem alguns anos na ativa e muitos trabalhos lançados. Isso é uma necessidade? Ou considera uma virtude, uma capacidade inventiva? As experimentações e sessões de composição livre ajudam nesse número?
V.Diasz: Acredito que é mais uma questão minha mesmo. Não fico pensando muito no que isso pode ser, mas é algo que acontece e eu acabo registrando. Nunca planejo sentar para compor, muitas músicas saem de riffs esporádicos que futuramente podem ou não entrar num disco.

A grande parte desse novo disco é de regravações. Depois de tantos trabalhos, sentiu a necessidade de revisitá-los? O que foi esse processo para você?
V.Diasz: Na verdade faz uns três meses que eu gravei as duas canções inéditas e queria que isso fosse uma espécie de “teaser” do próximo álbum de inéditas (com previsão para 2018) mas aí o Mário [Alencar] (Crooked Tree Records) fez o convite para uma mini tour agora em julho e ele sugeriu publicar algumas canções antigas pois aqui em Maceió vamos fazer uma data como “banda”: eu, Mário e Rodolfo (Ximbra). Aí eu topei e é isso.

Você está prestes a retornar ao nordeste em nova turnê. Como foi a experiência de tocar por lá? E qual a diferença que você nota na música produzida por lá? Há algo do nordeste que você usa como referência?
V.Diasz: Na primeira vez foi algo que nunca tinha feito. Toquei em uma cidade que nunca tinha tido um evento independente. Foi muito massa. A diferença é que aqui eu não sinto que tenha uma ego trip. Existem muitas bandas fodas em Maceió. Por exemplo: Jude, os projetos do Mário, Sebage, Ximbra, Baztian… A lista é grande, e com certeza sou influenciado por esses artistas.

Em uma conversa recente que tivemos você me falou dos problemas no cenário musical. Como você acha que isso prejudica o artista independente? Há como melhorar?
V.Diasz: Ego trip prejudica, falta de comprometimento dos produtores ao pagar o artista, lóbi… Não como isso pode melhorar, talvez se o conteúdo fosse mais valorizado que o próprio artista, isso melhorasse.

Quais serão seus próximos passos? Novas composições? Outros projetos?
V.Diasz: Cumprir as datas aqui no nordeste, gravar meu disco novo e tem alguns projetos que não estão 100% fechados, mas vai rolar.

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