Gigantes & Bluesman: o rap como reafirmação do negro e como exercício de imaginação afrodiaspórica

2018 foi mais um ano mágico para o rap nacional e antes de pensarmos em qual disco foi o melhor, é essencial discutirmos dois dos trabalhos mais esperados e impactantes para essa que tem sido uma nova era do rap nacional.

Não há dúvidas que alguns dos MCs que mais têm influenciado esta geração tem sido DjongaBaco e Bk’. Embora todos estes MCs, até há pouco tempo, vivessem um momento muito similar em suas carreiras com a expectativa para o seu segundo álbum, vamos parar para olhar mais de perto o trabalho do Baco e do Bk’, os álbuns Bluesman e Gigantes, lançados muito próximos neste fim de ano.

Antes da hora querem ser Gigantes – Bk’

Dos nomes citados anteriormente, talvez fosse Bk’ que vivesse a maior expectativa, afinal Castelos & Ruínas (2016) já é para muitos um clássico dessa nova era, um disco que foi amplamente adorado por fãs e críticos do gênero em todos os aspectos. Na sombra deste trabalho impecável, aguardávamos ansiosos pelo novo disco, que foi introduzido por dois EPs chamados Antes de os Gigantes Chegarem, que embora fossem obras que se sustentaram de forma independente, ainda ficava aquela vontade de ouvir um disco completo de Bk’. E quando Gigantes chegou, talvez não estivéssemos preparados.

Quando se trata de acompanhar a carreira de um artista, muitos querem que a cada novo trabalho a obra anterior seja superada, seja melhor num sentido quantitativo mesmo, se o último foi 10, esse tem que ser 11, se o último foi perfeito esse tem que ser divino. Isso é um risco, a expectativa atrapalha a experiência. E neste sentido, percebemos que Gigantes possa ter sofrido deste tipo de análise.

Começando a falar do novo disco do Bk’, o MC está mais maduro artisticamente, no sentido que estava pronto para explorar novos horizontes com este trabalho. Longe de querer abandonar suas origens nas ruas do Rio de Janeiro, ou melhor, sem deixar de lado toda a malandragem que sua experiência de vida carioca lhe trouxe, logo de cara nos chama atenção a escolha das produções.

Imagem do videoclipe “Deus do Furdunço”, onde o próprio Bk’ e e produtor JXNV$ atuam numa típica noite da boêmia carioca.

JXNV$ e El Lif comandam as produções que ainda contam com algumas faixas do NAVE, uma do Arit e outra do Papatinho, porém, independentemente do produtor que assina a faixa, é notável que a inspiração vem do som que que se ouve na vida boêmia, desde aquele bar que toca jazz e blues ao fundo até os bailes de rap recheado de clássicos dos anos 90. Quem curte trap também nota alguma influência nesse disco, mas o boom bap é muito mais presente.

Nas rimas, Bk’ não precisa provar mais nada, pois entre os dois discos foram inúmeros versos em participações de deixar o ouvinte sem palavras. Em Gigantes é difícil até escolher qual letra para ser a sua favorita. Os refrãos são cativantes, fáceis e inteligentes, fazendo muito bem o papel de interligar as experiências e situações descritas no disco. A metáfora dos Gigantes amplia os sentidos das linhas, afinal, na perspectiva de cada um somos gigantes, vemos gigantes ou tornamos cada sensação gigante.

Então me diga mais sobre o mundo que você vê
Sobre os pesadelos que você têm
O quanto tu gasta que é pra poder continuar a sonhar
O que você vê, sobre os pesadelos que você tem
O quanto tu gasta que é pra poder continuar a sonhar
 – Refrão de “Gigantes”

Além disso, Bk’ segue com os múltiplos sentidos, analogias, metáforas e punchlines marcantes que seguem o clima imposto pelas produções. Talvez algo que não seja tão evidente para alguns e que também é algo muito presente em qualquer verso do Bk’ é a valorização da cultura e beleza negra. Abebe foge dos padrões até na forma com que trata esse tema. Dois bons exemplos são as faixas “Exóticos” e “Vivos”. Na primeira, o MC inicia a narrativa descrevendo um relacionamento interracial para então fazer um verdadeiro desabafo sobre as relações amorosas entre negros e negras.

O terror do homem negro
A solidão da mulher negra
Manequins na vitrine
A cor não pega, que crime
Black faces, bad faces
Bad vibes, bad trips
 – Bk’ em “Exóticos”

Já em “Vivos”, com Luccas Carlos e Baco Exu do Blues, há a celebração do jovem negro e todo o progresso que os negros têm conquistado social e financeiramente, seja por bem ou por mal, a partir de sua arte e mentalidade.

(Inimigos) são Miley Cyrus, (E nós) Miles Morales
A riqueza dava medo
Aí veio o hip hop e salvou o negro
Ressuscitando autoestima nas cidades
Eles me chamam “Bkristo” porque o flow faz milagres
 – Bk’ em “Vivos”

BK’, seremos niggas in Paris
Niggas em paz
Seremos niggas em bares
Ricos demais
 – Baco em “Vivos”

E falando no Baco e na valorização da cultura e beleza negras, é uma boa hora para falarmos um pouco de Bluesman.

Minha paixão é cativeiro – Baco

Julgando o disco pela capa, Esú (2017) impressionou o público e sem dar tempo para esquecermos a sensação causada por este belo disco, Baco volta à cena com Bluesman, querendo se afirmar como um dos expoentes dessa geração e, novamente, com uma capa que chama atenção

Em Esú (2017) (esq.), Baco trouxe uma capa audaciosa, uma foto impactante de David Campbell com a escrita que destaca um deus negro (Esú) em contrapartida à figura de um Jesus branco – que nesta foto está riscada – construída socialmente na história ocidental principalmente pela iconografia católica, muitas vezes em contradição com as estéticas cristãs não-europeias. Em Bluesman (2018) (dir.), o MC segue a escolha por imagens impactantes com uma foto de João Wainer de um preso tocando guitarra no Carandirú.

Mesmo após o lançamento do seu primeiro disco, Diogo continuou a dar aos fãs músicas novas, tivemos vários singles que antecederam o álbum, muitos marcados por temas românticos, quem sabe até dando uma dica do que vinha por aí. Também mais maduro artisticamente, o MC se aproveita do que deu certo no último disco, mas vai além, se demonstra mais à vontade em experimentar outros sons, outros ritmos.

Uma das características mais marcantes de Bluesman é a presença, a reafirmação constante de Baco, algo que ele faz em todos os versos de suas participações. Contudo, aqui não é a reafirmação pela reafirmação, ou um mero braggadoccio, e a reafirmação por necessidade, a beleza e a cultura negra como destaque, não para ser explorada pela sociedade, mas porque deve ser valorizada pelo impacto que a mesma tem nas pessoas, principalmente para os negros e negras neste mundo tão preconceituoso.

Portugal e DKAPZ comandam as produções, que carregam um tom melancólico, mesmo nas faixas relativamente mais agitadas. O blues é a base, mas instrumentos de percussão recheiam as faixas. As escolhas são únicas e ao mesmo tempo que identificamos que esse é um disco de rap, para um ouvido despercebido é algo mais, e é mesmo, é como se Baco abrisse o caminho para novos horizontes musicais. Para alguns isso pode ser positivo, para outros o MC está se aproveitando da popularização do gênero ou do sucesso de alguns sons do seu disco anterior, mas se você parar para pensar, os melhores artistas sempre fizeram e vão continuar a tentar levar sua arte ao maior número de pessoas, mesmo que isso signifique ir contra aos valores que sua área de atuação prega, é assim que as coisas mudam e se desenvolvem.

Indo para a escrita, Diogo continua usando e abusando das repetições. Sua dicção não mudou e esperamos que não mude, pois essa é uma das características únicas do MC e não atrapalha em nada a experiência. A entrega é cheia de emoção, perfeita para a temática do álbum.

Nosso amor era tudo, espero que cê se recorde
Livrarias, café chiques, tênis caros, vários kits
Nossos sonhos, mesmos brindes
Mesmas brigas, mesmos brindes
Livrarias, café chiques, tênis caros, vários kits
Nossos sonhos, mesmos brindes
Mesmas brigas, mesmos brindes
 – Baco em “Queima Minha Pele”

E em termos de conteúdo, a beleza e a cultura negra são exaltadas de maneiras indescritíveis, como a metáfora com os girassóis de Van Gogh ou a analogia com Kanye West. Te fazem pensar, questionar, odiar, amar e, assim como o próprio blues, sentir.

Piva, nessas ruas eu me sinto rei (Wow, wow)
Eu vivi, eu caí, eu me consertei (Wow, wow)
Sou resultado das pessoas que eu amei (Wow, wow)
Eu bebi eu transei eu me transformei (Wow, wow)
Três nove na camisa e eu me sinto um rei
Três nove, nove na camisa e eu me sinto um rei
Três nove na camisa e eu me sinto um rei
Três nove nove na camisa e eu me sinto um rei
 – Baco em “BB King”

Muito se fala que esse álbum do Baco é uma obra criada para agradar a academia, a música de negro que os brancos gostam, mas longe disso, Bluesman tem um papel importantíssimo na cena atual, talvez o ápice do que vem acontecendo com o rap nacional nos últimos anos, que é a popularização do gênero. Antes de questionar a intenção do MC com essa obra ou criticá-lo pelo público que logo abraçou o disco, talvez pela forte temática romântica, esse disco é essencial para abrir as portas dos ouvintes para outras possibilidades, principalmente dentro do rap. Quantos que ouviram Bluesman vão explorar Esú ou OldMonkey? Ou ainda “Sulicídio” e outras muitas faixas de rap recente? É difícil quantificar, há quem diga que quem gosta desse novo disco não gosta dos antigos, mas mesmo que o próprio MC se compare ao Kanye West, Diogo parece muito mais com Jay-Z nesse aspecto, pois Hova nunca teve medo de mudar sua sonoridade, suas letras, sua arte para agradar um público maior, alçando ares que pouco na música, não só no rap, alcançaram.

Mas por que falar de Bluesman e Gigantes juntos?

Bluesman e Gigantes são dois discos muito diferentes entre si, isso é um fato. Apresentam estética, influências e muitas temáticas distintas. Contudo, estes álbuns se aproximam na reflexão sobre a afirmação da pessoa negra periférica na sociedade brasileira do século XXI, ainda que tal reflexão seja realizada a partir de pontos de vista e referenciais diferentes. É possível dizer que ambos os álbuns propõem uma nova imaginação afrodiaspórica.

Embora este espaço não permita reflexão extensa sobre o conceito, é possível definir a imaginação afrodiaspórica como uma forma específica de lançar nossos olhares sobre a experiência histórica e atual dos negros na diáspora, que teve início no período escravocrata a partir do século XVI e se estende até os dias de hoje. Essa é uma visão que contrasta sensívelmente com a maneira como os negros foram descritos ou imaginados nas sociedades que contiveram fluxos afrodiaspóricos. Historicamente, a experiência diaspórica dos negros significou séculos de escravidão, invisibilidade e a construção de sistemas sociais e políticos que não só excluíam a presença dos corpos negros, mas tinham o objetivo de destruir qualquer traço dessa presença no contexto alargado das instituições. Nesse contexto, Achille Mbembe diz que, historicamente, o negro é “aquele (ou ainda aquele) que vemos quando nada se vê, quando nada compreendemos e, sobretudo, quando nada queremos compreender”. A imaginação racista “oficial” desenvolvida ao longo dos séculos entendeu os negros como “o outro”, aqueles que são o contraste com os valores da sociedade branca, aqueles condenados a viver sempre ao lado, na periferia da cultura e da riqueza material e simbólica. A mitologia racista ocidental, que se instalou nos lugares mais profundo da vida social brasileira, repete essas ideias a todo o tempo.

Vemos, portanto, que o imaginário racista oficial herdado nessas sociedades é fundado em um mal entendido, é uma narrativa equivocada sobre os povos africanos trazidos para a América nos navios negreiros, que são vistos como povos condenados a ser subalternos, vazios de cultura e de símbolos, destituídos de humanidade. Sabemos hoje que essa narrativa é equivocada porque não faz jus à rica história cultural negra nas diferentes regiões em que houve a diáspora, história cultural multifacetada e resistente que influenciou todas as sociedades que tiveram um passado escravocrata.

E os gêneros musicais criados por pessoas negras na diáspora são parte dessa história cultural e são formas mais ou menos organizadas de propor novos olhares sobre o negro. Os gêneros musicais clássicos como o blues, o soul, o jazz e o rap tiveram um papel formativo primordial na identidade musical dos países ocidentais, sendo impossível pensar em música contemporânea sem esses grandes gêneros musicais. Nesse sentido, entendemos que o rap é a forma de música negra por excelência de nossos tempos e que este é um gênero que tem dois papéis culturais primordiais: denunciar as formas de racismo vigentes nos dias de hoje e propor uma nova imaginação afrodiaspórica.

Propor uma nova imaginação afrodiaspórica significa propor novas narrativas sobre as vidas negras em nossa sociedade, narrativas que se afastam do que definimos acima como imaginação racista oficial. A nova imaginação afrodiaspórica reflete criticamente sobre os sentidos historicamente atribuídos ao negro e inaugura um novo modo de pensar em que os negros são os protagonistas, são inteiramente humanos (e não estereotipados ou essencializados) e são vistos como atores e atrizes primordiais nas sociedades do século XXI. A nova imaginação afrodiaspórica descoloniza os olhares sobre o negro e propõe uma mudança radical na forma de narrar a história negra no passado e no presente. Embora não negue os horrores do passado escravista, a nova imaginação afrodiaspórica retraça a história negra que nasce da negação e se desenvolve na afirmação. Dizer que os negros hoje são sujeitos belos e culturalmente desenvolvidos a partir de seu contexto multifacetado é parte de uma forma nova de imaginação afrodiaspórica.

Diante disso, entendemos que Gigantes e Bluesman são belos trabalhos que, cada um à sua maneira, inauguram uma nova imaginação afrodiaspórica. Eles nos dão elementos ricos para pensar sobre a presença negra hoje e nos abrem novos caminhos para pensar um futuro melhor e mais rico (em todos os sentidos) para homens e mulheres negras no Brasil.

Em Gigantes, Bk’ apresenta em cada faixa um aspecto da vida dele e de sua banca após a ascensão no cenário do rap nacional, quase como um roteiro sobre a nova vida que eles têm vivido. A ideia central contida nessas reflexões é a da mudança de status da pessoa negra que alcança sucesso e notoriedade na sociedade brasileira atual – “até quem me odiava tá se abrindo mais que porta, tá fingindo que se importa”, rima Bk’ em “Abebe Bikila”. O álbum também fala de um novo tempo, um novo momento que se abre para os corpos e mentes negras, uma nova ordem que vem substituir a ordem antiga das coisas, nos termos da faixa que abre o álbum, batizada de “Novo Poder”.

Uma das capas oficiais de Gigantes, que representa o rosto do próprio Bk, postada em sua conta do Instagram.

Ainda que o racismo e os estereótipos sobre pessoas negras ainda estejam bem vivos na experiência de Bk, conforme descrito em “Exóticos”, existe uma verdadeira celebração das vidas e corpos negros em Gigantes. “Rumo ao futuro, ao último degrau, quem disse que o fim é o final?” pergunta Bk na faixa “Gigantes”. Nesse novo projeto afrodiaspórico não existe final, pois os caminhos estão continuamente abertos ao homem e a mulher negra; em outro trecho da música, Bk’ diz “só querer ser já nos faz gigantes”, o que reflete esse exercício de imaginar um tempo em que os negros são gigantes e ricos em sua própria humanidade.

Por seu turno, Bluesman também reflete essa nova imaginação afrodiaspórica. Na faixa “Bluesman”, que abre o álbum, Baco diz de forma eloquente:

Eu sou o primeiro ritmo a formar pretos ricos
O primeiro ritmo que tornou pretos livres
Anel no dedo em cada um dos cinco
Vento na minha cara eu me sinto vivo
A partir de agora considero tudo blues
O samba é blues, o rock é blues, o jazz é blues
O funk é blues, o soul é blues
Eu sou Exu do Blues
Tudo que quando era preto era do demônio
E depois virou branco e foi aceito eu vou chamar de blues
É isso, entenda
Jesus é blues
Falei mermo

Esse trecho é simbólico porque também propõe uma nova imaginação sobre as experiências afrodiaspóricas no continente Americano. A música negra que era vista como subgênero, degeneração da música verdadeira, agora é vista como rico elementos de afirmação dos negros e como forma de contar e recontar novas histórias a partir de uma perspectiva descolonizada. O espírito do blues, que está em toda música essencialmente negra, reflete sobre o sofrimento histórico do negro e também abre caminhos para a ressignificação da presença negra na sociedade.

O primeiro ritmo a formar pretos ricos também é o primeiro ritmo a pensar um futuro em que os negros não são condenados, presos ou desprovidos. Baco, assim, empreende um verdadeiro exercício de imaginação afrodiaspórica em seu álbum. A reflexão sobre depressão que perpassa o álbum é acompanhada necessariamente da celebração do negro que vive livre, correndo e com renda, fato que indica como essa nova imaginação não esconde, mas também revela as novas mazelas que assolam o povo negro e ainda impedem que essa imaginação alcance níveis mais profundos no tecido social.

A estética de Bluesman é bem diferente daquela de Gigantes, mas ambos os álbuns são ricos exercícios de imaginação afrodiaspórica. Celebrar o negro e propor novos caminhos é um dos papeis formativos do rap e ambos os álbuns cumprem essa tarefa de forma excelente. A imaginação afrodiaspórica permite que sejamos negros em bares e também negros em Paris.

Uma das imagens que acompanharam o lançamento de Bluesman nas redes sociais e Youtube

Conclusão

Obras como estas demandam tempo para absorvermos, interpretarmos, fazermos as inúmeras conexões e entender todos os detalhes. E mesmo como alguns meses escutando, ainda sim haverá novas descobertas.

Por caminhos diferentes, em diversos sentidos, Baco e Bk’ mostram que o resultado pode ser o mesmo se um artista materializa sua visão. As equipes que acompanham e contribuem para os discos, das produções musicais e visuais as participações, sem dúvida merecem tanto crédito quanto os artistas. Porém, é a audácia de ir a lugares que ainda ninguém foi que eleva a música destes dois artistas.

A mensagem que fica destes belos discos, Gigantes do Bk’ e Bluesman do Baco, é que não há limites para a arte e, em especial, na cena atual do rap nacional, e que o Hip Hop e a cultura negra são essenciais para a ressignificação do papel do negro e da negra na sociedade, é a partir desta cultura que surgem as inúmeras possibilidades para ascensão social e pessoal destes indivíduos. Provavelmente, estes discos ficarão marcados na história desses artistas e no rap nacional, provando que um artista pode se reinventar a cada projeto sem perder sua essência e características.

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